Antônio Gilson Porfírio, popularmente conhecido como Agepê, nasceu na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1942 faleceu em trinta de agosto de 1995.
Antes de abraçar a carreira artística, Agepê trabalhou como transportador de bagagem e também atuou como técnico projetista da extinta TELERJ.
A carreira fonográfica iniciou no ano de 1975 com o lançamento do compacto com a música “Moro onde não mora ninguém”, primeiro sucesso do cantor, canção esta que seria regravada posteriormente pelo também cantor Wando. Nove anos depois, aconteceu o lançamento do sucesso “Deixa eu te amar”, na época parte da trilha sonora da novela global “Vereda Tropical”.
O disco de Agepê “Mistura Brasileira”, onde estava a gravação de “Deixa eu te amar”, foi o primeiro disco do gênero samba a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas (vendeu um milhão e meio de cópias).
Agepê fez parte da ala dos compositores da Portela, tendo no ano de 1972 ele e seu fiel e mais constante parceiro, o alagoense Antonio José Feitosa, o Canário, composto seu primeiro samba enredo para a águia azul e branca de Madureira na disputa do enredo “Pasárgada, o amigo do rei”, baseado no poema homônimo de Manuel Bandeira e escolhido para marcar o cinquentenário portelense. Esse samba acabou ficando em segundo lugar, perdendo para a composição de David Corrêa na época.
“…Direi
Como eu mudei
Mas ficou a infância
No jardim do meu sonhar
Tudo era ciranda
Um coração cheio de amor
Mas veio a vida e meu sol mudou…”
(Trecho do samba concorrente composto por Agepê e Canário para a Portela – Carnaval carioca de 1973)
Agepê gravou “O amigo do rei” em seu dico “Canto de esperança” lançado no ano de 1978, o primeiro do cantor pela gravadora CBS.
Agepê já era um cantor consagrado no meio dos intérpretes de sucessos populares quando voltou a concorrer com um samba enredo para a disputa na sua Portela. O tema era “Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite”, enredo de autoria do saudoso carnavalesco Viriato Ferreira. Naquela oportunidade a dupla de compositores Agepê e canário recebeu o reforço do compositor Ivancoé.
O trio de compositores optou por um samba mais interpretativo do que descritivo, como era a tônica da época, com dois refrões arrasta-povo e uma melodia bem suingada. No entanto, a composição não conseguiu desbancar o empolgado samba de David Corrêa e Jorge Macedo, considerado o melhor do carnaval de 1981 e um dos mais bonitos da história da Portela.
…”Portela é uma onda na avenida
Minha escola é minha vida
Me faz recordar
Dá uma saudade colorida
As maravilhas do mar
Veio com a corte engalanada
Fazendo a miscigenação…”
(Trecho do samba concorrente composto por Agepê, Canário e Ivancoé para a Portela – Carnaval carioca de 1981)
O samba-exaltação “Portela na Avenida”, composto no ano de 1981 por Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, foi gravado por Agepê no ano de 1989.
Ainda durante a carreira de Agepê, muitas foram as oportunidades em que o cantor interpretou diversos sambas de enredo de agremiações cariocas, como União da Ilha do Governador 1994, Acadêmicos do Salgueiro 1994 e claro sua Portela 1994, além de muitos outros.
Agepê veio a morrer em 30 de agosto de 1995 tendo sido sepultado no Cemitério São Francisco Xavier no Rio de Janeiro.
Por Sidnei Louro Jorge Júnior